Parece que as afamadas redes sociais, que viraram papo de buteco, rodas de amigos (e inimigos), de reunião empresarial e demais aglomerações sociais, além de auxiliar na resolução dos mais diversos problemas, tais como “desentupir uma pia usando coca-cola”, ou “como utilizar corretamente sua máquina do tempo” (eu juro que existe, rss), também servem como potenciais destruidoras de festas, empregos, relacionamentos e afins.
Há poucos dias, uma jovem inglesa de 19 anos, ao divulgar uma “festa familiar” em seu perfil no Facebook, teve a desagradável surpresa de 100 desconhecidos (ou penetras) transformando sua festinha particular em caso de polícia, com direito a retratação formal por parte de seu pai aos vizinhos.
Ainda este ano em situação semelhante, outra jovem, desta vez australiana e com 16 anos, precisou cancelar sua festa de aniversário que teve 200 mil convidados confirmados, e ansiosos pela festa. O detalhe nesse caso foi o pedido dela para que seus amigos comunicassem a outros conhecidos sobre a festa, pois faltara-lhe tempo para que ela mesma divulgasse, selecionasse cuidadosamente seus coleguinhas e assim, evitasse o “contratempo”.
Sinceramente, não acho que o problema seja as redes sociais, porque elas não se alimentam sozinhas de informação e saem divulgando eventos, festas, velórios ou qualquer tipo de reunião, mas sim os titulares de inúmeros perfis existentes e crescentes (de acordo com JORGE MONTEZ, da Tech&net, o Facebook teve um crescimento de 156% de novembro de 2010 até abril de 2011), que se descuidam ao dar pouca importância às informações fornecidas na net, expondo suas intimidades, desejos, atividades e assim contribuindo para os pequenos problemas apontados acima e os que ainda estão por vir.
Para que não pareçam casos isolados, citarei mais dois: Em 2009, no Canadá, uma funcionária da IBM que se declarou incapaz de trabalhar em função de uma depressão e, por conta disso passou a receber o que aqui chamamos de auxílio doença, foi flagrada em momento happiness machine coca-cola (uma máquina fotográfica desavisada capturou esses momentos). Ela só não contava que além da máquina fotográfica, a empresa de seguros que pagava seu auxílio também encontrasse essas fotos, do seu aniversário e de uma outra festa onde ela estaria bem feliz, alegre e sorridente e, com isso, declarasse que ela estaria pronta para seu retorno ao trabalho, sugerindo, só sugerindo, o cancelamento do seu auxílio.
A última, para que ninguém ache que a culpa é das redes sociais: No mesmo ano de 2009, um estudante universitário norte-americano aceitou como amigo (da onça), um policial que, depois de reunir provas cabais e irrefutáveis do uso de bebidas alcoólicas pelo estudante, aplicou-lhe uma multa de US$ 227,00. Uma pechincha.
Observem que o real problema é a exposição e a importância que as pessoas dão a suas vidas, a forma como elas encaram situações cotidianas. Sim, cotidianas e até rotineiras, já que o acesso a redes sociais é tão frequente, quiçá maior, quanto o acesso à internet para quaisquer pesquisas.
Para Gustavo Silva, do site Melhores Ações, numa reportagem sobre o crescimento das redes sociais na América Latina, “... cerca de 88% dos internautas do continente usavam redes sociais, contra uma média mundial de 70%”. Na mesma reportagem, ele pontua que “... com relação a visitas a outros tipos de sites, 62,1% dos internautas do continente acessaram sites de varejo – abaixo da média global de 63,9%, e muito abaixo da América do Norte (85,5%) e Europa (72,8%)”, denotando o direcionamento dado ao uso da internet.
Sendo assim, sugiro que deem maior atenção ao que vão publicar nas redes sociais. Procurem utilizar essa poderosa ferramenta para promoções mais úteis e que realmente ajudem você a adquirir ascensão profissional, pessoal e até mesmo afetiva, mas sempre com cuidado e responsabilidade para que não se torne vítima e até cúmplice de situações desagradáveis.
REFERÊNCIAS:
FONSECA, Pedro. Redes sociais geram novos problemas.
1 comentários:
Bem, eu percebo que hoje em dia não existe muita responsabilidade sobre as informações que são lançadas na web. E isso gera, muitas vezes, uma exposição desnecessária, que somente depois é percebida pelos autores deste conteúdo. Mas, aí...já era! Então, acredito que primeiro devemos refletir no impacto que pode causar essa informação, a quem ela pode atingir e como ela pode ser usada por terceiros. #ficaadica
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