10 de julho de 2013

A "hashtagzação" da comunicação.

Desde o surgimento do Twitter em 2006, os tópicos discutidos na web são precedidos por um símbolo bem característico e até então de pouco uso para nossa cultura: a tão recém famosa "#" - hashtag (leia-se réch-tég).

 Por exemplo: "É preciso resolver com urgência o problema da #mobilidade nas grandes capitais". Ou ainda: "Duas horas no engarrafamento. Chegarei no trabalho exausta! #mobilidade".

Note que, em ambas as frases, a palavra mobilidade vem precedida pelo símbolo em questão - # - independente de compor a frase ou vir apenas pontuando o tópico a ser discutido, ao final da mesma.

No entanto, com sua mais recente possibilidade de aplicação para o Facebook, os internautas passaram a empregar indiscriminadamente as hashtags, não apenas para pontuar um assunto sobre o qual se deseja discutir ou ainda localizá-lo em fóruns de discussões, mas simplesmente pelo modismo no qual se transformou o seu uso, o que torna cada vez mais obtuso o processo de interlocução no ambiente virtual.

É preciso compreender esse novo formato de comunicação, bem como sua aplicabilidade e respeitar sua normatização, do mesmo modo como se deve respeitar a ortografia convencional da nossa língua mater. Isso, sem considerar o desconforto visual que causa, semelhante ao uso desnecessário da gritante caixa alta – ou Caps Lock!

É fato que as transformações ocorridas nos processos comunicacionais e advindas dos avanços tecnológicos, nos permitem hoje não apenas um mais diversificado e até mesmo (por quê não dizer?) mais complexo vocabulário, como também uma mais simplificada forma de expressão das ideias. Mas, isso não nos dá o direito de poluir a comunicação com a aplicação indevida de símbolos e abreviações excessivas, corroborando o pensamento de que “na internet vale tudo”. Empregar corretamente a normatização da ortografia significa simplificar seu entendimento, tornando o pensamento mais claro e conciso e efetivando, por sua vez o ciclo da comunicação.

Para os amantes do uso abusivo das hashtags, fica um apelo:
#vamos# #parar# #de# #escrever# #assim#

1 comentários:

O uso sem critérios de qualquer modismo termina por transformar o modismo em hábito, por vezes, errado.

É bem verdade que o uso das #hashtags serve para pontuar um assunto ou até ampliar/difundir uma discussão web. No entanto, a possibilidade de tornar qualquer assunto (mesmo os desnecessários) última notícia, termina por minar a web com essas informações.

Nesse sentido do desnecessário, entra-se em outra questão a respeito do que é um assunto necessário? É aquele assunto de interesse público, de interesse de uma parcela social, de um público?

No final, o que vale mesmo é o afamado bom senso que, como diz um amigo meu: "Bom senso é igual a braço, nem todo mundo tem".

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