28 de maio de 2009

Alianças Estratégicas - Parte II

Analisando os conceitos e princípios sobre os quais são erguidas as Alianças Estratégicas, observa-se que, em teoria, as AE são sempre firmadas objetivando a obtenção de resultados e benefícios. Este procedimento salienta-se em tempos de crise, onde o comportamento de ordem é aliar-se para sobreviver. Sendo assim, tornam-se obsoletos os conceitos de individualidade e independência na competitividade a caminho do sucesso das organizações.

A exemplo, pode-se mencionar a Multibrás S.A. Eletrodomésticos, resultado da fusão entre os fabricantes de eletrodomésticos Brastemp, Cônsul e Semer. Muito embora a marca Brastemp representasse tradição e qualidade, muitos consumidores deixavam de adquirir seus produtos em virtude do alto custo. Com isso, a Brastemp perdia cada vez mais mercado para as empresas de pequeno porte. Daí nasceu a idéia da Aliança Estratégica. Mas, engana-se quem pensa que a Brastemp nada tem a ganhar nesta fusão.

A Cônsul e a Semer ganham em aquisição de tecnologia, qualidade e, consequentemente, de credibilidade para seus produtos. A Brastemp, por sua vez, alia-se a concorrentes menores, porém expressivos, objetivando sua sobreposição em relação às demais organizações de menor porte e garantindo sua liderança definitivamente no mercado de eletrodomésticos. Deste modo, nenhuma das organizações perde ou deixa de ganhar com a fusão.

Assim, dentro dos conceitos e princípios de criação das AE, passa a existir a união circunstancial de dois ou mais parceiros, onde uma das partes subsidia os produtos ou serviços e a outra parte participa com o compartilhamento de seu mercado de clientes e de relacionamentos, tendo por objetivo concreto, através de uma relação de parceria, a concepção de novos negócios com benefícios mútuos, ou seja, usufruir empreendimentos em comum.

De acordo com Harbison e Pekar (1999), a criação das AE deve compreender quatro etapas preliminares, que são: Identificação; Valorização; Negociação; Implementação.
Mas, para que AE como a Multibrás tenham sucesso, é necessário que estejam atentas, de modo a cumprir cada uma das etapas que as conduzirão ao sucesso de sua criação, sem que haja perda de tempo ou investimentos. Devem, antes de institui suas AE, analisar meticulosamente cada um dos passos a serem dados, para sua criação, sendo estes: Definição de metas e estratégias; Análise de parceiros em potencial, que estejam de total acordo com a AE, inclusive, dentro da similaridade de interesses; Definição da oportunidade; Análise do impacto sobre os parceiros envolvidos; Análise do poder de barganha; Planejamento e implementação da integração.

A formação de Alianças Estratégicas tornou-se, devido à necessidade de sobrevivência das organizações, uma prática constante. Por tratar-se de uma conduta de âmbito internacional, percebe-se a necessidade de contar com incentivos e apoios oferecidos pelo governo.

Para a garantia de determinados direitos aos cidadãos é preciso que o governo disponha de verba. Uma da formas de conseguir esses valores é feita a partir da aplicação de tributos (taxas, impostos e/ou contribuições). Este procedimento usado pelo Governo para garantir a captação de impostos é conhecido como Política Tributária. Muitas organizações, na busca da isenção destes impostos, fazem acordos com o Governo. A política tributária serve tanto para a obtenção de recursos voltados para o financiamento das ações governamentais, como também funciona, a partir das repercussões dos tributos sobre a atividade econômica, como válvula propulsora para esse desenvolvimento.

O Brasil, maior país da América Latina e também um dos mercados mais promissores do mundo, oferece muitas oportunidades para os investidores estrangeiros. Pode-se mencionar como caso recente de sucesso, a chegada da montadora norte-americana Ford Motor, no município de Camaçari – Ba, em 2001.
Para possibilitar sua instalação no município, fez-se necessário cumprir com uma série de exigências impostas pelo Governo. Entre elas, pode-se mencionar a absorção da mão-de-obra local (reduzindo, assim, o índice de desemprego na localidade) e a aplicação de mais de dois bilhões em investimentos privados. Desde sua chegada, a montadora alavancou o crescimento do município em mais de 80%, na década de 90, quando manteve o seu PIB o maior do estado, ultrapassando inclusive, o da capital Salvador.

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